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Protesto contra Dilma reúne 500 pessoas na Paulista
NOTA ATUALIZADA ÀS 21H
29 Novembro 2014 | 15h 13
Manifestantes pedem impeachment da presidente Dilma Rousseff
Aos gritos "somos coxinhas", cerca 500 pessoas, segundo a Polícia Militar, participaram de uma passeata neste sábado, 29, na Avenida Paulista, pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. Manifestantes em favor da intervenção militar também participaram do protesto, mas acabaram expulsos do ato pela polícia a pedido dos próprios organizadores do evento.
O cantor Lobão, que tem participado desses movimentos em São Paulo, repreendeu o grupo que carregava cartazes pedindo a volta dos militares. "A gente não quer intervenção militar, c*. Vão se manifestar em outro lugar. Isso é um tiro no pé do nosso movimento, afirmou o cantor sobre o único carro de som da manifestação.
"Nós não fazemos parte da direita hidrófoba e burra. Vocês não são bem-vindos aqui. Vão protestar em outro lugar". Nas outras edições desse protesto, que aconteceram nos últimos meses, manifestantes que apoiam a intervenção marcharam juntos com os que pedem a anulação das eleições e o impeachment de Dilma.
O comerciante Ricardo Roque, um dos manifestantes expulsos por apoiar a volta dos militares, disse que defender o intervencionismo não é loucura. Para ele, é preciso uma faxina "indispensável" na política.
"Se as forças militares não tomarem o poder estaremos ferrados. A gente num tem um parafuso a menos por pedir a intervenção militar. A gente não é louco. É que a gente vê os caras roubarem e roubarem e ninguém vai para a cadeia", disse ele. "Queremos uma faxina geral indispensável e o poder de volta em 90 dias".
Empresária que também defende o retorno dos militares, Teresa Rosito disse que não se pode confundir intervenção com golpe.
"A gente num quer a ditadura. Não confunda intervenção com golpe. Queremos intervenção para tirar o governo atual e definir uma nova data para outra eleição", afirmou.
A manifestação seguiu pela Paulista até a sede da Petrobrás, onde cantaram o hino nacional como forma de protesto contra as denúncias de corrupção na estatal noticiadas pela imprensa.
Os manifestantes carregavam faixas e cartazes com mensagens como "Fora Dilma" e "Fora comunistas".
Agressões. O ator Ivo Borges foi agredido por um manifestante no protesto pelo impeachment de Dilma. Ele passava pela paulista durante a caminhada e fez gestos com os polegares para baixo em desaprovação. Ao fazer isso, um rapaz vestido com a camisa do Brasil empurrou Ivo: "Você tá achando que a gente é palhaço?". Um policial interveio, separando os dois. Depois aconselhou Ivo a "respeitar o protesto".
Ivo Borges disse ser português e afirmou não votar. Ele elogiou a iniciativa da manifestação, mas criticou as causas.
"Acho que isso vem das manifestações do ano passado. O que é ótimo, pois mostra que as pessoas ainda estão embaladas", disse ele. "Mas mesmo assim, né? Impeachment? Pelo amor da Deus, né?".
O primeiro tenente da PM, Angelo Luiz Cesário, afirmou que duas pessoas foram presas durante o protesto. Uma delas foi por tentativa de agressão e a outra por injúria.
Um vendedor ambulante que empunhava uma bandeira de Dilma foi insultado por alguns manifestantes. Policiais conversaram com o vendedor, mas ele continuou sua manifestação solitária. O engenheiro Mario Cesar Cabral chamou o ambulante de "vagabundo" ao abordá-lo. "Esse drogado nem sabe o que está falando", afirmou o engenheiro.
Chaves. Fantasiada de Chaves, Andreia Sampaio e mais 19 pessoas foram à Avenida Paulista para homenagear o ator Roberto Bolaños, intérprete de Chaves, morto anteontem. O grupo lamentou que a homenagem tenha coincidido tido como pano de fundo a manifestação pelo impeachment de Dilma. Cada um deles estava vestido como um personagem do seriado: alguns de Quico, outros de dona Florinda e e outros de Chapolin Colorado. Eles fazem parte do fã clube do personagem Chaves que era interpretado por Roberto Bolaños.
O estudante Felipe Camargo também lamentou que o local para a homenagem a Bolaños tenha sido o mesmo escolhido para o protesto. Segundo ele, os manifestantes não tem "proposta constitucional definida" e ironizou o número de pessoas no ato. Eles não têm uma proposta constitucional definida. E nem conseguem reunir gente direito", disse Fernando. "Não adianta nada. Eles estão tentando enxugar gelo", afirmou Andreia, que trabalha com eventos.
O protesto antiDilma foi convocado pela internet, em evento organizado via Facebook. Não há disponível no evento o número de adesões, nem a lista de internautas que confirmaram presença. Um dos organizadores do ato é Marcello Reis.
RICARDO CHAPOLA E EDUARDO LUIZ KATTAH - O ESTADO DE S. PAULO
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